Uma Jornada de Desafios e Conquistas na Área da Educação: Entrevista com a Diretora Miriam Lagares

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Entrevistadores: Carlos Eduardo, Crysthian Vieira e Matheus Fernandes

Entrevistada: Miriam Lagares

Entrevistador:

  • Fale um pouco sobre sua trajetória profissional na área da educação.
  • Quais foram os maiores desafios que você enfrentou em sua carreira?
  • Como você se vê profissionalmente nos próximos cinco anos?
  • Que habilidades você considera essenciais para ser um(a) diretor(a)?
  • Como a escola tem lidado com as questões de bullying ou conflitos entre alunos?

Entrevistada:

Eu comecei a dar aula com 17 anos de idade, em uma escola filantrópica sem fins lucrativos, localizada onde hoje é o Hotel Fazenda. Minha carteira foi assinada há 31 anos. Iniciei na turma da terceira e quarta série, enquanto cursava o segundo ano do ensino médio aqui na Escola Couto Magalhães.

Naquela época, a maioria dos professores não era formada, tinham apenas o ensino médio. Como havia falta de professores, uma das minhas professoras me convidou para substituí-la, e assim comecei a dar aula. Fiquei nessa escola por sete anos, onde também fui diretora.

Com o tempo, a escola acabou fechando, pois não era municipal nem estadual, o que tornava difícil sua manutenção. Quando se tornou uma escola municipal, fiz o concurso do município, fui efetivada como técnica e trabalhei na secretaria de educação por 18 anos.

Nesse período, fui técnica nas escolas Anastácio e Zé Guilherme (que hoje já não existe), coordenadora das escolas rurais, assessora pedagógica e até secretária de educação. Ao mesmo tempo, dava aulas nas redes estadual e municipal.

Minha filha nasceu em 1995, e mesmo assim continuei trabalhando em três turnos: manhã, tarde e noite. Na época, muitos professores não eram formados, então foi ofertado um curso pela UFMT exclusivo para professores da região. Foi um vestibular concorrido, com apenas 50 vagas para cidades como Água Boa, Canarana, Querência, e outras.

Conseguir ingressar nesse curso foi uma vitória para mim. Comemoramos como se fosse uma formatura, soltando foguetes, matando uma vaca e comprando sete caixas de cerveja. Naquela época, estudar era muito mais difícil do que hoje, ainda mais para quem era casado e tinha filhos. Meu marido não queria que eu estudasse, mas enfrentei essa dificuldade.

O curso era realizado em regime de férias, e nossos estágios eram na própria sala de aula onde já dávamos aula. Fiz o concurso do estado e, mesmo com desafios, consegui ser efetivada. Trabalhei em Água Boa por um ano até conseguir remoção para Campinápolis.

Desde 2011, estou na Escola Couto Magalhães como professora. Em 2016, fui assessora pedagógica e, de 2019 a 2021, diretora. Em 2022, passei no seletivo e voltei como diretora da escola.

Ser diretora aqui é um grande orgulho. Sou formada em Letras pela UFMT, com habilitação em Espanhol, e também tenho formação em Administração Pública pela UAB de Nova Xavantina. Fiz três graduações e três especializações, sempre com muito esforço e dedicação.

Estudei na Escola Couto Magalhães desde a oitava série, quando vim de Rondônia, e sou professora aqui há muitos anos. Minha experiência como secretária e como professora me permite compreender os desafios enfrentados pelos colegas na sala de aula e na gestão administrativa.

Entre os desafios da minha trajetória, o maior foi conseguir cursar o ensino superior em uma época de muitas dificuldades. Mesmo assim, aproveitei cada oportunidade e, com muito orgulho e dedicação, continuo trabalhando para tornar a Escola Couto Magalhães cada vez melhor.

Entrevistadores: Carlos Eduardo, Crysthian Vieira e Matheus Fernandes
Entrevistada: Miriam Lagares

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